quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Tarefa referente a disciplina de Instrumentalização para acesso a informação 6ª e 7ª Semanas.

Sou supervisora da Escola Estadual de Ensino Médio Antônio Inácio Velho.
SUPERVISÃO ESCOLAR É UM DOS ASSUNTOS DE GRANDE INTERESSE PARA MIM.
NA FOTO AO LADO SOU A PROFESSORA MAIS VELHA, A QUE VESTE BLUSA LARANJA.
ESTA FOTO FAZ PARTE DO PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL QUE ESTOU PONDO EM PRÁTICA EM MINHA ESCOLA QUE SITUA-SE EM SÃO JOSÉ DOS AUSENTES A 350 KM DE PORTO ALEGRE.
TENHO PRAZER EM TRABALHAR COM OS PROFESSORES , ALUNOS E A COMUNIDADE ESCOLAR.




A Educação e A Supervisão Escolar- Uma Reflexão
A EDUCAÇÃO E A SUPERVISÃO ESCOLAR

As grandes transformações ocorridas nos últimos anos na sociedade envolvendo os aspectos culturais, econômicos e políticos vem provocando relevantes alterações nas relações pessoais e interpessoais no ambiente familiar e escolar. É necessário oferecer aos nossos alunos a oportunidade de conhecimento de si e dos outros, por meio de reflexões e práticas que venham a contribuir para a boa convivência, favorecendo assim a aprendizagem.
De acordo com Zabala (1998), para que o aluno aprenda deve haver um clima e um ambiente adequados, constituídos por relações em que predominem a aceitação, a confiança, o respeito e a sinceridade.Nesse intuito é necessário promover um ambiente que favoreça a participação e a relação entre os professores e os alunos e os alunos entre si. Certamente são muitos os desafios para a educação na atualidade, portanto é necessário além da busca de alternativas para superação das dificuldades de aprendizagem, que estão presentes em sala de aula, o repensar das práticas pedagógicas dentro das instituições e o resgate do papel da família dentro desse processo.
A realidade atual exige do educador novas posturas, entre elas, o retomar constante de sua prática pedagógica e um olhar amoroso diante das dificuldades do educando. Sabemos que muitas vezes o panorama educacional brasileiro é desolador, que as circunstâncias são adversas, mas não podemos esquecer o verdadeiro significado de educar.
Embora muitos sejam os aspectos que determinem o sucesso ou o fracasso na aprendizagem, o professor é o grande responsável e não pode se isentar de sua responsabilidade. Muitas vezes a ação docente termina por reproduzir a exclusão, pois é planejada para um padrão de aluno ideal e quem não se encaixa termina por ficar à margem. O professor deve estar atento, buscando descobrir o porquê o aluno não aprende e quando necessário rever sua metodologia de ensino.Outro aspecto importante é o profissional conhecer a realidade onde atua, relacionando o conteúdo com as vivências do aluno e com a realidade atual tornando-o significativo. De acordo com Libâneo (1994), o trabalho docente deve ter como referência a prática social, isto é, a realidade social, política, econômica e cultural da qual tanto o professor como os alunos são parte integrante:

A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos de conhecimentos e experiências culturais que os tornem aptos a atuar no meio social e transforma-lo. (p.17)

Na instituição escolar são muitas as crenças e os conceitos que impedem a integração entre professores e alunos no processo de ensino, dificultando a aprendizagem. É necessário repensar essa relação e perceber o aluno como um ser social, inserido em um mundo em constante transformação. Em geral o conteúdo é relacionado ao passado impedindo a construção significativa do aluno em relação a sua identidade pessoal e coletiva. Apenas raramente o conteúdo é relacionado à atualidade, nem sempre levando o aluno a uma reflexão crítica sobre a realidade.A família deve ser parte integrante desse processo e deve ser envolvida nas atividades escolares. Muitas são as contribuições dos pais ou responsáveis pelo aluno no processo de ensino-aprendizagem: acompanhamento da vida escolar do aluno, organização de um ambiente organizado para a realização das atividades em casa, estabelecimento de horários fixos de estudos, mas acima de tudo na valorização do trabalho pedagógico da escola diante do aluno.A escola deve ter um espaço aberto a participação das famílias que não deve ser chamada apenas para ajudar a solucionar os problemas que surgem em relação a aprendizagem ou disciplina.A valorização da participação da família na escola através da participação nos projetos e tomada de decisões fará com que esse vínculo se crie e que essa se sinta responsável junto com os profissionais pelo sucesso ou o fracasso na aprendizagem.
Conforme Libâneo (1994), o ambiente escolar pode suscitar o amor pela escola, a dedicação aos estudos, com reflexos sensíveis no aproveitamento escolar dos alunos.
Nesse contexto a escola deve ser um ambiente acolhedor, onde todos se sintam comprometidos e valorizados. A busca pela superação do fracasso escolar é certamente a grande preocupação dos profissionais da educação na atualidade.É necessário aos educadores além de referencial teórico, promover um conjunto de ações que possibilitem trabalhar o aluno como um sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, investigando e trabalhando as dificuldades de aprendizagem, estabelecendo novas relações na busca do conhecimento.
Nesse contexto surge a necessidade da presença de um profissional preparado para enfrentar esses desafios junto ao corpo docente e demais segmentos da comunidade: o supervisor escolar.A supervisão tem um papel político-pedagógico e de liderança no espaço escolar. Atualmente se busca a construção de uma nova identidade supervisora, que atenda às demandas de um momento histórico que busca novas significações e novos desafios se inserem no cotidiano das instituições de ensino. Esse profissional tem que se (re) construir; na sua identidade, auto-conhecimento, função social e profissional.
A história nos mostra que a supervisão escolar no Brasil envolve cinco momentos. O primeiro momento, voltado para o ensino primário; o segundo, influência da primeira fase da Revolução Industrial; terceiro, treinamento e orientação da educação e do ensino; quarto, questionamento do papel do supervisor; quinto, reflexão da função da escola a partir das tendências sociais.No primeiro momento a supervisão envolvia-se exclusivamente com o ensino primário e tinha como função fiscalizar o prédio escolar e controlar a freqüência de professores e alunos. Assim como era fiscalizador, o profissional era supervisionado, pois o CPOE (Centro de Pesquisas e Orientação Educacionais), órgão máximo no Rio Grande do Sul, que planejava e controlava o trabalho desses profissionais, que através de treinamentos ofereciam informações para as Delegacias de Educação. Conforme Medina (1995):

A característica dessa etapa é determinar, linear e doutrinariamente, quais os procedimentos que deve ter um supervisor, denominado, à época, coordenador pedagógico, no exercício da função de controlar e acompanhar o trabalho do professor. (p.41)

O segundo momento surge com o aumento da população e conseqüentemente o aumento de alunos nas escolas, especialmente na zona urbana. Com a Revolução Industrial, as fábricas criaram o cargo de supervisão para controlar o comportamento e o desempenho de seus operários e quando se estendeu para a escola, continuou com essa visão de controle.Com o aumento da oferta de ensino, também na zona rural, que gerou uma grande necessidade de professores, surgiram pessoas sem preparo específico para a função de educadores. Buscando solucionar o problema da falta de preparo dos professores, surgiram cursos obrigatórios de atualização. Nesse período começaram a surgir as primeiras bibliografias a respeito da supervisão escolar no Brasil.No terceiro momento a supervisão passa por uma revolução, combinando treinamento e orientação, passa a ter como objetivo auxiliar todos os envolvidos no processo de educação e ensino. A supervisão sofre a forte influência das teorias administrativas e organizacionais. Nesse período o Ministério da Educação e os Conselhos de Educação Federal e Estaduais começam a determinar os currículos escolares, traçando as diretrizes à serem seguidas pelas mantenedoras públicas e particulares.Esse período é marcado por uma forte produção literária sobre a supervisão. Conforme Medina (1995):

Essa literatura revela o fortalecimento das idéias sobre a supervisão que ainda hoje são proclamadas pelos supervisores, quando se referem ao desenvolvimento de sua ação. Eram idéias que diziam respeito a atitudes, esforços, comportamentos que deveriam estar presentes na ação dos supervisores para que, por intermédio dos professores, os objetivos das escolas se tornassem atingíveis. (p.44)

De acordo com a autora o supervisor não perde o vínculo com o poder administrativo da escola, mas nesse momento além de ser responsável por assegurar o sucesso da ação docente deve também controlá-los.Embora até os dias de hoje a escola sofra a influência dessas teorias, acredito que deva ultrapassar os padrões da racionalidade e objetividade, investindo na dimensão humana. o que certamente é o maior desafio a ser vencido.No final da década de setenta e início da década de oitenta, nosso país passa por um período de maior abertura política e a sociedade brasileira começa a ser questionada. Nesse quarto momento a escola, sofrendo a influência dos trabalhos de autores nacionais como Freire, Saviani, Cunha, Chauí, entre outros, passa a ser questionada a respeito do seu papel na sociedade global. A escola passa a ser questionada na sua totalidade, incluindo a ação dos especialistas, em especial o supervisor.Nesse contexto foram realizados fóruns sobre a educação e em especial, nos encontros nacionais e estaduais dos supervisores foram realizados questionamentos sobre a instituição escolar e sobre as dificuldades na ação supervisora.
Conforme Medina (1995), nesse período, alguns professores começaram a expor seus pontos de vista e sentimentos em relação ao trabalho do supervisor, que era visto como um agente que impedia o trabalho docente.Diante desse contexto, muitos supervisores refugiaram-se nas atividades burocráticas, trabalhando junto à secretaria e à direção da escola, envolvendo-se na organização de conselhos de classe e reuniões, o que serviu para aumentar o distanciamento entre o supervisor e o grupo de professores.
Esse momento é marcado pelo avanço de pesquisas que apontavam para a necessidade de transformação na sociedade, a escola é vista como uma instituição que não atende às diferentes classes sociais, dá-se início a um quinto momento.
No final dos anos oitenta e início dos anos noventa percebe-se a necessidade da pedagogia aproximar-se da prática social. O supervisor passa a ter uma contribuição importante junto ao processo de ensino-aprendizagem, trabalhando como parceiro no trabalho docente e a escola passa a ser vista como um local onde todos aprendem e ensinam.
Temos na supervisão uma grande responsabilidade na coordenação do processo de ensino-aprendizagem, que juntamente com o restante da equipe deve ter maturidade, sensibilidade, um bom referencial teórico e firmeza para conduzir o trabalho junto ao grupo.
Segundo Vasconcellos (2002), é necessário para a ação supervisora: ter sensibilidade, o que envolve a capacidade de abertura, a percepção do outro, reconhecendo suas demandas, suas lacunas , bem como seu potencial.
Sendo assim, penso ser de fundamental importância que o supervisor escolar se relacione com o grupo estabelecendo uma relação de confiança.
É necessário que o profissional da supervisão esteja consciente de seu papel, refletindo constantemente sobre seu foco de atuação: a qualificação da ação educativa. Esse trabalho ganha um maior significado quando construído em conjunto, traçando, metas comuns, na construção diária, relacionando pedagógico e administrativo dentro da instituição escolar.
(Angela Becker)




SEGUNDO ASSUNTO INTERESSANTE PARA MIM:

A ARTE DE SER AVÓ.

A ARTE DE SER AVÓ...

Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É, como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo...Cinquenta anos, cinquenta e cinco... Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações — todos dizem isto embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto — mas acredita.Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores nem de paixões: a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meus Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações, você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aquelas crianças que você recorda.E então um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis — aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário causaria escândalo e decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.Sim, tenho certeza que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. Aliás, desconfio muito de que os netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos.No entanto — no entanto! — nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, a rival: a mãe. Não importa que ela seja sua filha. Não deixa por isso de ser mãe do seu neto. Não importa que ela ensine o menino a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha", e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais.Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante dos triângulos conjugais.A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.Já a avô, não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto.Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulitos. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso nos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia.Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café — café! — mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser e até fingir que está discando o telefone.Riscar a parece com o lápis dizendo que foi sem querer — e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar, ir para os braços da avó e de lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna.Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém esses prazeres não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso. Meu Deus, o olhar das outras avós, com os seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto.E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz: "Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe o castiga, e ele olha para você, sabendo que, se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade e apoio... Além é claro das compensações....Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho — involuntariamente! — bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois, o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó?Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague.
Texto de Raquel de Queiroz